HSM Expomanagement 2013 – Dia 2 – Manhã

Categoria: Outros | 05.11.2013 | 1 comentário



A manhã do segundo dia começou bem, com Andrew McAfee, da MIT Sloan (escola de negócios do instituto), e ta,bém palestrante do TED, que veio falar sobre Big Data. Ele fugiu bem do clichê do dia anterior, e organizou sua palestra listando as perguntas mais comuns que ele recebe sobre o tópico: “Sobre qual quantidade de dados estamos falando?”, falando sobre megabytes, terabytes, petabytes, zetabytes e agora hellabytes. Depois partiu para a questão mais utilitária: “E daí?”, citando alguns cenários onde isso é importante.
E, por último: “Quais serão os desafios?”, onde ele descreveu um fantástico ensaio sobre os HiPPOs, ou Highest Paid Person’s Opinion (opinião da pessoa mais bem remunerada), que ele disse ser o modus operandi doentio de 95% das empresas. Ele considerou os HiPPOs como os experts, que se declaram desta forma, mas ninguém perde tempo avaliando a efetividade de suas análises.
Ao final ele contou 3 casos onde isso foi feito pelos Geeks (que ele ressaltou ser uma alcunha positiva, pelo menos do mundo onde ele vem, e eu concordo!), e terminou com este gráfico sobre o desafio daqui pra frente:
Gráfico sobre O futuro da tomada de decisões
Ele comentou que foi questionado por dar muito valor à visão dos Geeks, e então resolveu, de modo geek, testar sua hipótese, e encontrou o artigo abaixo, com as conclusões abaixo:
Quantidade de Artigos sobre Especialistas x Previsões Mecânicas
Ou seja, questione a autoridade sempre, senso comum e títulos nunca garantiram conhecimento e tomada de decisão adequada, agora pelo menos mais gente está sabendo!
A próxima palestra foi do indiano Vijay Govindaranjan, professor na Darthmouth College, conhecido pelo seu livro “O outro lado da inovação”, e foi sensacional. O recém-guru simplificou a palestra toda (chamada Estratégia É Inovação) em 3 caixas (box 1, box 2 e box 3), onde a primeira delas é focada em Gerir o Presente, e os 2 e 3 focados em Competir para o futuro.
Numa organização, parte dos projetos deve estar focado no box 1, enxergando um Gap de desempenho, que deve ser trabalhado com a eficiência como bandeira. Já nos boxes 2 e 3, o Gap é de Oportunidades, e, para abraçar estas oportunidades e transformá-las em resultado, a bandeira é a da inovação.
Eu nunca tinha visto tal abordagem, e achei muito fácil de enxergar, veja o slide:
 Diagrama de Govindaranjan sobre o Equilíbrio Estratégico
Como exemplo do impacto da disrupção gerada pela inovação, citou 4 diferentes técnicas de salto em altura, e mostrou como havia atletas focados em saltar cada vez mais alto usando cada técnica (segundo ele, comicamente comentou, fazendo o Six Sigma), enquanto outros focavam em desenvolver novas técnicas, e que, estes últimos, quando acertavam uma nova técnica, mudavam o patamar (literalmente) da altura conquistada, e, ao consolidarem o novo método, os outros atletas passavam a fazer o Six Sigma do novo método.
Ele também listou alguns itens que ele chamou de “Arquitetura da Estratégia” e disse que toda estratégia é formada por:
– mudanças não-lineares: disrupções provovadas por inovação
– intenção estratégica: em que sentido a organização quer ir. Precisa ter Direção, Motivação e Desafio.
– competências essenciais atuais: aquilo que a organização já faz muito bem
– prioridades anuais: 3 horizontes de atuação da organização: horizonte 1 (core business), horizonte 2 (atividades adjacentes ao core) e horizonte 3 (áreas de atuação totalmente novas)
– novas competências essenciais: aquilo que a organização vai precisar saber fazer muito bem
Foi muito bacana o Sr. Govindaranjan levantar o nível, o que só não ofuscou o próximo palestrante por sua já construída fama de guru, como também pela presença de palco: Mr. Michael Porter.
Eu mesmo já escrevi neste blog dois artigos sobre ferramentas e modelos criados por ele (modelo de 5 forças e estratégias genéricas), além de já ter lido 2 livros dele. Comecei assustado com os primeiros slides dele, pois pareciam mais “transparências”, que eu não via desde a faculdade, talvez desde o ensino médio, com as mesmas imagens dos livros dele (forças competitivas, cadeia de valor), e pelo tom do início da palestra, ele iria falar mais do mesmo.
Olha lá o modelo de 5 forças competitivas:
 Telão com slide de Porter sobre as 5 forças
E foi exatamente o que aconteceu, ele se apoiou nos slides horríveis e cheios de informação, mas a maneira como conectou cada slide, e foi sugerindo os exemplos, foi muito bem orquestrado.
Um dos pontos que me fez refletir foi o fato do palestrante anterior ter dado tanto foco na inovação, e em aproveitar novos mercados, e o Porter ter uma abordagem muito mais focada em setores consolidados, e falar em como ser único naquele mercado. Porter falou também da diferença entre Corporate Strategy (estratégia corporativa, da escolha de unidades de negócio) e de Business Strategy (estratégia de negócios, e a definição do posicionamento para cada unidade de negócio.
Terminou com uma mensagem bacana, de que ele espera que as ideias que ele trouxe na palestra sirvam para provocar uma verdadeira mudança. Aproveitando a mensagem dele, deixo a minha, de que é bacana ter contato com estes conhecimentos sendo proferidos em palestras presenciais, mas elas poderiam ser online, ou até mesmo ler o livro, mas o fato de ser um evento é bem bacana pois nos faz aproveitar o tempo para parar para refletir sobre os temas. Pelo menos assim considero a minha maneira de aproveitar o momento.
E, complementando um pouco sobre a estrutura do evento:
– eles entregam uma apostila muito bacana com os slides de todos os palestrantes e espaço para anotações, além do já esperado merchandising dos patrocinadores
– o almoço é muito bem organizado, e, na medida em que é possível com 4.000 pessoas tendo que almoçar em 2 horas, as filas são bem comportadas, com mesas de buffet espalhadas por todo o enorme hall
– há várias palestras acontecendo em paralelo ao auditório principal, com temas bem interessantes também, uma pena eu não ter conseguido acompanhar todas
– Apesar de presentes em alguns estandes, senti um pouco de falta de mais tomadas, e, para variar, uma briga entre pessoas querendo carregar telefones, tablets e notebooks.


Uma Comentário

  1. […] (Editora/Mídia), Gary Hamel (Estratégia) e John Hagel (Deloitte), e também tendo Andrew McAfee (que tive a felicidade de ouvir no HSM Expomanagement 2013) como co-autor, o livro já começa com uma presença […]

Comente