HSM Expomanagement 2013 – Dia 3 – Manhã

Categoria: Outros | 06.11.2013 | sem comentários



A manhã do último dia de evento começou com Bill George, professor de Harvard e ex-Chairman e ex-CEO da Medtronic, e, no período que esteve à frente da companhia, alavancou seu valor de mercado de U$1 bi para U$60 bi.
E que cartão de visitas! Porém, na palestra, conseguiu falar, na primeira metade da palestra, sobre o óbvio, e na outra metade fez merchandising de seu livro (Your True North, ou Seu Norte Verdadeiro). O tema da palestra foi liderança, assunto em que é difícil se diferenciar, aparentemente mesmo tendo uma enorme bagagem.
Este conceito do norte verdadeiro é uma analogia com navegação magnética (bússola), onde temos o norte mostrado na bússola, e o norte verdadeiro, que é calculado independente das influências do campo magnético da terra. Em um voo, é importante conhecer o norte verdadeiro (e o GPS acha fácil), para que você não se perca de sua rota.
No caso do livro, ele colocou que você precisa conhecer sua história de vida (e ele contou a dele, claro…), sua Via Crúcis (suas provas mais difíceis, onde suas decisões vão fazer toda a diferença, e sua Experiência Definitiva de Liderança. Achei o conceito todo muito subjetivo (ou seja, funcionou para ele), mas tive dificuldade de extrair conteúdo real podendo ser extrapolado para outras realizadas.
Algo muito bacana que acompanhou a palestra, foi o pessoal da ViaMosaico.com.br fazendo um desenho estilo as animações da RSA sobre o que ele ia falando na palestra (e isso aconteceu nas outras duas palestras da manhã também). Ficou muito legal, e me diverti mais ainda a hora que ele começou a contar a história de vida dele, e a ilustradora pode sentar (ou deitar?) para descansar, pois não teve muito conteúdo abstrato, só sua história pessoal.
O próximo, e bastante esperado, palestrante foi Vicente Falconi, consultor mineiro, 73 anos, e teórico de confiança dos feras da 3G: Lehmann, Sicupira e Telles. Ele já entrou no palco contando um pouco o que foi começar a trabalhar com este time de malucos, na década de 80.
Ele comentou também sobre o forte pilar de gestão que é: Liderança, Conhecimento Técnico e Método. E que, faltando uma das partes, vai impactar diretamente nos resultados.
O formato da participação dele foi diferente, onde as pessoas, nos últimos 30 dias, usando o Twitter, enviaram perguntas que foram organizadas pelo time da HSM, e apresentadas ao Falconi pelo Maurício, CEO da HSM.
A habilidade dele de responder a pergunta de maneira ampla, e entregar uma resposta completa (e simples de entender!) é muito boa. Ele foi questionado sobre metas desafiadoras, e respondeu que atingir metas é limitado pela velocidade de aprendizado do time. As metas precisam ser definidas coordenadas matematicamente em cada setor, da operação à direção, e que isso é mais desafiador do que parece. Não adianta dar meta de 30% de crescimento para o comercial e 20% para a produção.
Quando questionado sobre crescimento acelerado, ele comentou que a empresa vai com um entusiasmo grande, mas cresce mais rápido do que as pessoas, e aí dá tudo errado. Ele citou que a empresa tem que crescer “com as pessoas na frente”. Ou seja, crescer com excesso de gente, pois o crescimento vai deixar pessoas para trás, e, para o darwinismo entrar em ação, você precisa ter espécimes (alterei um pouco as palavras aqui).
Definiu líder como aquele que atinge metas através de sua equipe, sempre pautado por ética. Sem deslizes ou justificativas. As metas são definidas quando existem lacunas (gaps), oportunidades de aprender, pois, e você ainda não está atingindo a meta desejada, é por que não sabe tudo o que precisa ainda. E este saber não é Platão, Aristóteles ou Jim Collins, as vezes é saber que tem que alinhar a mesa antes de começar a cortar garrafas (exemplo da Brahma).
Ele disse que líder precisa ter consciência do que precisa ser aprendido, para garantir que os planos de ação sejam focados nestes aprendizados. O resultado vai ser conseqüência natural disso. Se você só coordena processos, e não tem planos de ação ou projetos em paralelo, vai sempre se limitar pelo conhecimento atual. Agora, se nem o procedimento atual consegue fazer com excelência, o primeiro plano de ação é garantir isso. Cumprida esta etapa, agora pode partir para os planos de ação.
Ele falou sobre as pessoas com resistência à mudanças, e disse que a única diferença entre os resistentes e os inovadores é que os primeiros tem medo do desconhecido e o segundo não (e as vezes até gosta). Quer fazer mudanças? Comece com quem quer e abandone quem não quer!
Ao final, o mediador Maurício perguntou quem inspirou Falconi, que disse ser muito grato pelos japoneses, que ensinaram muita coisa para ele. Na década de 80, numa visita financiada pelo governo brasileiro pelos Estados Unidos, Japão e Europa, e escolheram o Japão, pois eles são muito focados em execução, e aprender as coisas executando, e também valorizam muito a simplicidade e praticidade.
A imitação dele de japonês envergonhado foi muito boa!
Ele disse também que foi muito influenciado por Maslow, René Descartes e aos 3 amigos da 3G. Com estes últimos, disse que aprendeu muito sobre meritocracia, e que mérito não é bônus, é só dar o mérito para quem o tem. E complementou que meritocracia é como uma taça de cristal, pois, uma vez que você quebra, não há mais como voltar atrás, e que, apesar de ser bonito, politicamente correto, e fácil de falar, mas dificílimo de colocar em prática.
Ainda sobre os aprendizados do pessoal da 3G, foi sobre o foco financeiro, de que todos os negócios e projetos deles sempre se orientam pelo financeiro, e que o Caixa é a pressão sanguínea da empresa.
Terminou falando do projeto Ismart.org.br – que leva educação de qualidade à jovens carentes, e fez uma chamada ao público do evento para tentar levantar R$1.5 mi hoje, para ajudar o projeto.
O próximo palestrante foi Regis McKenna, também autor de marketing, e reconhecido por ter trazido o conceito de marketing e produto para o Vale do Silício, e falou sobre a convergência entre TI e Marketing.
Ele começou apresentando dois livros que ele publicou no passado, em 1985, falando sobre novas tecnologias e conceitos, e em 1991 com a ideia de que marketing é toda a empresa, e não só o que o departamento de marketing faz. Depois, em 1997 ele introduziu a ainda criança internet, falando sobre o marketing em tempo real. E seu último seu livro de 2002, Total Acesso, onde ele fez o questionamento entre o broadcast e a interação com o consumidor. Ele anunciou a evolução das transações para as interações.
Em seguida ele fez uma lista das principais tecnologias que influenciaram o marketing ao longo do tempo, desde o início do século XX: produção em massa, a mídia de massa, os primeiros computadores (mainframes), o microprocessador, software, internet, dispositivos móveis, mídias sociais, armazenamento de dados na nuvem e big data.
E listou também as principais tendências para 2013-2020: cobertura geográfica da internet, mídias sociais, smartphones, aplicativos (Apps), a internet das coisas (the internet of things, já abordada pelo Lloyd, da Cisco), armazenamento em nuvem, big data e sistemas de decisão em tempo real.
Sobre o armazenamento nas nuvens, citou os três serviços mais populares: Google,  iCloud (Apple) e AWS (Amazon). E comentou que todo o conteúdo das redes sociais já está nas nuvens.
Contou também sobre o exemplo do processo de lançamento de um software: configurar uma nuvem, desenvolver um App específico, o App alimenta a base de dados, criar videos no Youtube para testemunhos de clientes e treinamento, engajamento em grupos do Facebook, LinkedIn para identificar potenciais fornecedores e funcionários, Twitter para notificar atualizações, correlacionar informações de mercado para oferecer produtos.
Para que a estratégia de identificar demandas pelas redes sociais, são necessários sistemas de armazenamento e interpretação de dados em tempo real, para aproveitar estas oportunidades.
Na relação de TI e Marketing, ele considera que 80% do trabalho do marketing é feito em softwares, estes controlados pela TI. Mostrou também 3 pesquisas diferentes que mostram como os setores de marketing estão despreparados para o volume absurdo de mudanças, e alguns culpam a TI por isso.
Estamos agora na reta final do evento, e a tarde do último dia vai encerrar com Phillip Kotler.
Alguns pontos finais sobre as facilidades do evento:
– o evento disponibiliza equipamentos de tradução simultânea para todos os convidados, e faz tradução simultânea do inglês para o português, e vice-versa
– eles disponibilizam um guarda-volumes enorme, para as centenas de pessoas que vêm ao evento com suas malas, principalmente no último dia
– o almoço é muito bem servido, e sempre com uma sobremesa também deliciosa


Comente